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terça-feira, 23 de julho de 2013

Um assassinato, Um Canário e Um Mistério!

CATEGORIA: SUSPENSE
 
 
Como solucionar um crime em que todas as evidencias apontam para um deficiente mental muito comprometido? O Psiquiatra defende sua inocência enquanto a polícia o acusa, afinal todas as provas apontam para ele que incansavelmente diz ter sido o único culpado. Porque alguém mataria uma humilde mulher? O que um pássaro teria a ver com isso? Confira agora mais um suspense.
 
A polícia chegou a casa onde os vizinhos indicaram dizendo que tiros haviam sido disparados, os policiais tentaram entra mas a porta estava trancada por dentro, arrombaram e entraram, logo se depararam com o corpo de uma mulher caído sobre o carpete da sala de estar, sobre os peitos desse senhora um homem chorava e próximo deles havia uma pistola caída.
 
- Mãos ao alto. - Disse um dos policiais.
 
Imediatamente o homem se levantou e com as mãos erguidas virou para os policiais que logo perceberam se tratar de um deficiente mental. Perguntaram o que tinha acontecido e este permanecia calado, tremia e chorava muito. Eles algemaram o homem e o levaram até a delegacia afim de obter maiores esclarecimentos uma vez que este parecia ser o autor do disparo ou no mínimo a única testemunha, mas permanecia em estado de choque. 
 
Chegando na Delegacia tentaram de várias formas conversar com o homem, mas ele batia constantemente suas mãos na própria cabeça e chorava dizendo que a culpa era dele. Chamaram um psiquiatra para tentar arrancar algo daquele homem que parecia estar se culpando pela morte da própria mãe.
 
- Como você se chama? Eu sou o Dr. Almeida e vim conversar um pouco com você. - Disse o psiquiatra.
- Me chamo Dímas. - Respondeu o homem que permanecia de cabeça baixa.
- Conte-me o que houve na sua casa esta noite. - Disse o psiquiatra.
- Tudo foi culpa minha.
- O que foi culpa sua Dímas?
- A morte da minha mãe.
- Porque foi culpa sua?
 
Mais uma vez o homem ficou mudo e não disse mais nenhuma palavra. Por mais que o Psiquiatra questiona-se ele não respondia mais nada. Ficou detido até que encontrassem algum parente ou alguma pista.
 
Durante a madrugada os peritos chegaram e informaram que as únicas digitais que estavam na arma era do Dímas. O único parente que ele tinha era sua velha mãe, seu pai era desconhecido, ninguém notou a entrada ou saída de ninguém na casa e os vizinhos o descreveram como alguém inofensivo. A causa do crime ainda era desconhecida mas tudo apontava para ele.
 
No dia seguinte levaram Dímas até o enterro de sua mãe e ele chorava muito e pouco antes de a enterrarem ele abraçou o caixão e chorou muito. O psiquiatra que estava ao seu lado tentou acalmá-lo para que pudessem realizar o sepultamento. Logo após enquanto iam até o carro de polícia o psiquiatra lhe disse:
 
- Dímas eles estão te acusando pela morte de sua mãe, eu sinto que não foi você que cometeu esse crime, se sabe de alguma coisa você tem que me falar, caso contrário você será considerado culpado e por ter insanidade irá para um sanatório.
- O canário. - Respondeu ele.
- O que tem o canário?
 
Neste momento os policiais abriram a porta e colocaram o suspeito dentro do carro, o psiquiatra pediu que eles esperassem um pouco, pois pela primeira vez ele estava falando alguma coisa que ajudasse nas investigações. Mas os policiais bateram a porta do carro e disseram:
 
- Ele é um louco doutor, já era pra ter percebido isso já que lida com esse tipo de pessoa todos os dias. A ordem que recebemos foi de trazê-lo ao enterro e logo depois leva-lo de volta para a delegacia, se tem mais perguntas faça lá.
 
Arrancaram com o carro e foram embora enquanto o psiquiatra permanecia em pé no meio daquela rua de saída do cemitério. 
 
Chegando na delegacia ele foi até Dímas mas este mais uma vez permanecia calado e não pronunciava uma palavra se quer. Depois de muito insistir o psiquiatra percebeu que ele não falaria mais nada e foi até os policiais.
 
- Vocês notaram se na casa deles havia algum canário?
- Havia um pássaro sim Doutor, mas o que isso tem a ver? - perguntou um dos policiais.
- Acho que existe alguma pista do assassino na gaiola desse pássaro, só pode ser isso. Por favor voltem lá e verifiquem isso.
- Ok Doutor, mas não sei por que o senhor insiste em tentar tirar a culpa dele, tudo aponta para ele.
- Policial com todos os anos de profissão que o senhor tem já deveria saber que nem sempre as evidência apontam na direção certa, por favor verifiquem a gaiola do pássaro.
 
Algum tempo depois os policiais retornaram e disseram que não havia nada na gaiola do pássaro e que o psiquiatra estava enganado ao pensar que fosse um canário, pois se tratava de uma sabiá que eles inclusive deixaram com uma das vizinhas que se propôs a cuidar.
 
- Por que ele falaria canário então? - Disse o psiquiatra.
- Ele é louco Doutor, se conforme, foi ele quem matou a própria mãe.
 
O psiquiatra ficou pensando naquilo e mesmo temendo que estivesse encucado com algo sem nenhum sentido ele sentia que o canário seria a chave para descobrir esse mistério. No dia seguinte pegou seu carro e foi até a casa da vizinha para ver se realmente o pássaro não era um canário e chegando lá comprovou que realmente não era. A vizinha também não sabia de muita coisa e mesmo assim o pouco que sabia já havia dito a polícia.
 
O psiquiatra temia estar enlouquecendo mas sentia que ele o único que poderia ajudar Dímas a provar sua inocência, uma vez que a polícia acreditava que ele havia matado a própria mãe. Ele arrancou a faixa de proteção da casa onde havia acontecido o assassinado e entrou, vasculhou tudo, foi ao porão, a sala de estar, ao quarto de Dímas e finalmente ao quarto de sua mãe. Abriu a gaveta do criado mudo e sentando na cama com cara de assustado disse enquanto pegava um papel na gaveta:
 
- Porque não pensei nisso antes, o canário que ele falou é o vereador de cabelos loiros que tem esse apelido. Porque a mãe de Dímas guardaria isso? - Disse ele enquanto olhava para o santinho do na época candidato a câmara de vereadores.
 
Revirando o guarda roupa do quarto da falecida o Psiquiatra encontrou uma caixa repleta de cartas que a mãe de Dímas havia recebido de Canário que na verdade era o pai de Dímas, imediatamente o Dr. Almeida levou as cartas até a polícia e após lerem tudo consideraram o vereador Canário como maior suspeito do crime, uma vez que a mãe de Dímas o ameaçava em revelar o filho bastardo que ele tinha que era exatamente da mesma idade do filho que ele tinha com a esposa.
 
Foram até a casa do vereador e o prenderam, mas antes de saírem com ele o próprio filho disse que a verdadeira assassina era sua mãe que não aceitou saber que havia sido traída durante muito.
 
Foram até a casa do Dímas e encontraram fios de cabelo que eram da esposa do vereador e logo após ser detida ela confessou o crime e disse que fez isso por temer que tivesse que dividir os bens que seriam do seu filho com um bastardo.
 
- Mas porque matou a mãe do Dímas ao invés dele? - Questionou um dos investigadores.
- Ele é um pobre coitado que não responde por seus atos, não teria coragem de matá-lo. Jamais correria atrás dos seus direitos, mas a mãe dele sim.
 
Logo em seguida Dímas foi solto e uma das vizinhas dele, uma senhora muito bondoso cuido do rapaz daquele dia em diante.
 
Gota de Devaneio: Por mais comprometida que uma mente esteja, lapsos de noção da realidade sempre estarão presentes em algum momento.
Anderson Carlos de Oliveira.


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