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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

ROSAS MURCHAS

CATEGORIA: ROMANCE


Jussara sentou-se no braço do sofá e ao olhar para o lado, se deparou com um monte de rosas já murchas dentro de um jarro com água. Aquela cena fez com que ela regredisse 10 dias atrás, as lembranças de um dos dias mais felizes de sua vida logo vieram a sua mente.

Logo pela manhã ela acordou mais feliz do que era de costume, finalmente havia chegado o dia do seu casamento. Não demorou muito e os seus parentes do interior começaram a chegar a sua casa. Tudo estava uma bagunça danada, como eram uma família humilde optaram por realizar toda a organização do casamento para que o custo ficasse mais baixo.

Sua tia que era merendeira iria cozinhar e uma prima que gostava de fazer arranjos seria responsável pela ornamentação. A festa seria no salão da escola em que esta tia merendeira trabalhava, fazendo assim com que não gastassem com aluguel de salão.
Começaram todos os afazeres e seguiram na correria de todos os preparativos. 

Almoçaram e logo depois do almoço uma das crianças que brincavam no quintal chamou Jussara dizendo que seu noivo estava no portão, a jovem de cabelos longos e negros saiu em dispara ao encontro dele.

Ele disse que não entraria na casa dela para não atrapalhar e que havia vindo apenas para lhe dar um beijo e saber se ela ainda tinha certeza que gostaria de se casar com ele. Ele respondeu que tinha plena certeza de ele era o homem de sua vida e deu-lhe em seguida um longo beijo enquanto ele a suspendia em seus braços.

Pegou um buquê de rosas e lhe deu dizendo que aquele seria o primeiro de muitos que daria ao longo de sua vida. Jussara pensou que ele realmente devia estar muito comovido no dia do casamento, pois durante 3 anos de namoro aquele era o primeiro buque que recebia do seu amado. Era um lindo buquê de rosas vermelhas decoradas com um lindo laço da mesma cor.

O dia seguiu e as 19hs e 45 min eles disseram o tão esperado sim, naquela simples igrejinha pequena de bairro e logo em seguida todos foram para a festa. Receberam muitos presentes, todos de ótima qualidade e muito úteis para serem utilizados na casa do casal.

Como não tinham dinheiro para viajar na lua de mel, o patrão do rapaz pagou para que eles passassem sua noite de núpcias numa pousada ali mesmo na cidade e na manhã seguinte retornaram para casa. Na verdade foram para a casa que agora era deles, na verdade uma casinha simples que haviam alugado, mas tinham certeza que seriam muito felizes ali.

Retornando para o dia em que Jussara observava as rosas agora já murchas, ela pensou que o tempo passa rápido demais e como as recordações inesquecíveis permanecem sempre vivas em nossa mente.

Os anos se passaram tão rapidamente quanto aqueles 10 dias, mas a promessa feita pelo marido de Jussara que agora já não era mais uma jovem e sim uma senhor de cabelos brancos, foi cumprida. Todo ano quando eles completavam aniversário de casamento ele lhe dava um buquê idêntico aquele da primeira vez.

Jussara continuava levando uma vida simples, em sua cadeira de balanço na varanda de sua casa ela pensava todas as tardes que as rosas podem murchar e os cabelos embranquecer, mas o verdadeiro amor floresce mais e mais a cada dia.

Gota de Devaneio: “O tempo passa rapidamente, mas momentos inesquecíveis permanecem paralisados em nossa mente independente de quando tenha ocorrido.”
Anderson Carlos de Oliveira


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