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sábado, 25 de janeiro de 2014

A RECEPCIONISTA

CATEGORIA: ROMANCE


Rômulo estava em busca de emprego, enviava inúmeros currículos pela internet e andava incansavelmente para todos os lados entregando seus currículos, mas nada de conseguir seu emprego. Certo dia recebeu uma ligação de uma empresa que estava interessada no seu perfil profissional para ocupar uma vaga que eles tinham disponível.
Até aí tudo bem, não era nenhuma novidade isso. Ele já tinha sido chamado para muitas entrevistas, mas nunca era aprovado em nenhuma, ele não conseguia entender o que havia de errado com. Mas mesmo sabendo que tinha muitas chances de não ser escolhido ele se arrumou com o seu melhor traje, cortou os seus cabelos e foi até o endereço que tinham lhe dado no dia marcado.
Chegando lá entrou no elevador do prédio junto com outros rapazes que estavam indo para concorrer à mesma vaga de emprego que ele. Isto já lhe causou certo desconforto, sentia que os outros pareciam mais preparados que ele, mas como já estava lá ele não se intimidou e encarou a entrevista.
Assim que desceram no andar da empresa já foram orientados a ficarem numa fila, para retirarem uma ficha que devia ser preenchida e entregue no momento da entrevista. A fila estava grande, mas havia várias pessoas atendendo e não demorou muito para que chegasse a sua vez. Uma moça simpática de sorriso largo, com cabelos pretos e cacheados lhe desejou uma boa tarde de maneira muito calorosa e ele só conseguiu retribuir com um cumprimento de boa tarde tão baixo e sem vida que nem mesmo conseguiu perceber se ela havia escutado ou não.
- Então, você está concorrendo a que vaga?                                   
- Vim pela vaga de Office boy.
- OK, como você se chama?
- Me chamo Rômulo.
- Ok Rômulo, por favor, preencha esta ficha com todos os seus documentos e os entregue assim que entrar na sala de entrevista.
Ele conseguiu apenas balançar sua cabeça dando a entender que havia compreendido as orientações que lhe foram dadas, mas na verdade ele parecia ter ficado hipnotizado diante daquela moça. Logo concluiu que nunca havia visto uma jovem tão linda durante toda a sua vida, não conseguia nem mesmo se concentrar para preencher a ficha, estrategicamente havia se sentado numa cadeira de onde era possível observar a recepcionista.
Logo foi chamado para a entrevista e mais uma vez não foi aprovado, mas parecia nem ter se abalado com isto e logo que saiu se aproximou da moça e disse:
- Infelizmente eu não consegui a vaga de Office boy, por acaso você não sabe de outra vaga que se encaixe no meu perfil?
- Por hora não temos nada, mas continue acompanhando o surgimento de vagas através do nosso site, quem sabe?
- Ok, muito obrigado. Você é muito gentil. – Disse ele enquanto olhava nos olhos dela.
Ele virou as costas em direção a saída, mas logo parou e olhou novamente para ela. Assim que ela percebeu que ele estava lhe olhando, ele deu um sorriso e ela correspondeu, logo em seguida ele foi embora.
No dia seguinte tudo parecia normal naquela agência de emprego, até que uma das colegas de trabalho daquela recepcionista lhe disse:
- Tainá, tem alguém querendo falar com você no telefone.
Aquele era o nome da jovem que havia deixado Rômulo tão fascinado, imediatamente ela se dirigiu ao telefone.
- Alô!
- É a Tainá quem está falando?
- Sim, sou eu mesma. Quem fala?
- Oi Tainá, eu me chamo Rômulo, não sei se você se lembra mas estive ontem aí na agência de vocês para concorrer a vaga de Office boy mas não fui aprovado. Queria saber se você sabe de alguma outra vaga no meu perfil.
- Então Rômulo, como eu já havia lhe dito ontem, não temos nada. Mas você pode verificar sempre em nosso site. Espere um pouco, como você sabe meu nome? Ontem eu não havia lhe dito que me chamava Tainá.
- Eu perguntei para uma de suas colegas de trabalho, na verdade eu não liguei apenas pela vaga de emprego não. Eu fiquei muito interessado em você e gostaria de saber se você tem namorado.
- Rômulo, eu estou no meu local de trabalho. Como já lhe disse anteriormente você pode acompanhar as vagas em nosso site e se cadastrar por lá mesmo. Peço que se coloque no meu lugar, estou trabalhando e não posso ficar atendendo telefonemas de conquistadores baratos.
- Ok, me desculpe por tê-la incomodado. Responda-me apenas se você tem ou não namorado, fiquei fascinado por você assim que lhe vi.
- Preciso trabalhar, Tchau.
Ela desligou o telefone e aquilo fez com que ele ficasse ainda mais interessado nela. Ele não desistiria facilmente de conhecê-la melhor.
Ao final do dia Tainá estava saindo do prédio junto com suas amigas, quando foi surpreendida por Rômulo bem ao lado de uma árvore.
- O que você está fazendo aqui? Estou começando a ficar assustada com você.
- Fique tranquila, não quero lhe assustar, vim até aqui apenas para vê-la mesmo que seja de longe.
- Ok, Boa tarde pra você.
Enquanto se distanciava com suas amigas, ela olhou para traz com um olhar desconfiado e percebeu que ele continuava em pé no mesmo lugar a observando. Andou mais um pouco e logo olhou para trás para ver se ele não a estava seguindo, mas ela não o viu.
No outro dia ao sair do trabalho ela novamente o viu lá, mas desta vez ele se aproximou e a convidou para tomar um suco com ele, mas ela recusou dizendo que não costumava sair com desconhecidos. Mas uma amiga que a estava esperando para ir embora, se intrometeu dizendo:
- Tainá você só vive para trabalhar, vá dar uma volta com o rapaz. Aceite o convite dele.
Ela pensou um pouco no conselho que escutara de sua amiga e aceitou o convite. Mas foi com ele até um shopping próximo dali, pois ela era muito desconfiada e morria de medo que ele fosse um maníaco ou algo do tipo.
Conversaram durante pouco mais de uma hora, e ela havia se surpreendido com o jeito dele. Logo ela pode perceber que ele era uma pessoa do bem.
- Já está muito tarde e eu preciso ir embora.
- Que pena, deixe-me acompanha-la até sua casa.
- Não é necessário, posso ir sozinha. (Na verdade ela não queria que ele descobrisse onde ela morava para não ficar com ele no seu pé)
- Tudo bem, você vai para a estação do metrô ou para o ponto de ônibus?
- Vou para a Estação.
- Então vou acompanha-la até la.
Eles foram conversando pela rua até que chegaram na entrada da estação, ela foi se despedindo dele, mas ele disse que a levaria até a plataforma do metrô que ela iria pegar.
Entraram na estação e ficaram conversando um pouco mais enquanto esperavam, mas assim que percebeu que o metrô já estava chegando ele aproximou seus lábios dos dela e lhe deu um beijo. Tainá relutou um pouco no começo, mas logo se rendeu e acabou correspondendo. Logo em seguida entrou no metrô, mas ficou o observando pela janela antes de partir e ele parecia um bobo de tanta felicidade.
Rômulo voltou para casa, como se estivesse caminhando nas nuvens, havia sentido uma sensação totalmente desconhecida ao beijá-la. No outro dia ele novamente estava lá no horário da saída dela. Não demorou muito e eles começaram a namorar, algum tempo depois ele conseguiu um emprego, mas não foi através da agência que ela trabalhava.
Depois de dois anos de namoro, eles se casaram e tiveram 2 filhos. Agora já haviam se passado alguns anos e eles já eram senhores e seus filhos adolescentes, ambos já trabalhavam em empregos totalmente diferentes dos anteriores, mas no fim de todas as tardes, Rômulo saia do seu emprego e ia até a porta do da sua esposa esperar por Tainá. E iam pela rua caminhando juntos e conversando como se o tempo não tivesse passado para eles.


Gota de Devaneio: “Os verdadeiros apaixonados conseguem conservar um amor tão intenso como aquele do começo.”
ANDERSON CARLOS DE OLIVEIRA

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