Dona Elvira vivia sozinha em uma mansão, era viúva há 11
anos e os únicos parentes que ainda lhe restara eram 2 sobrinhos. Era uma noite
fria de Abril aquela senhora estava sentada em sua poltrona, assistindo TV e
fazendo carinho em seu gato Sansão, quando sua empregada lhe deu boa noite exatamente
ás 19:15hs e foi embora, era sua noite de folga e Dona Elvira ficaria sozinha
em casa.
Na manhã seguinte a polícia recebeu um telefonema da
empregada de Dona Elvira contando que havia encontrado-a morta caída na sala.
Imediatamente a polícia foi até a mansão e chegando a cena do crime viram o
corpo com uma corda no pescoço, a TV ligada e Sansão rodeando o cadáver de sua
Dona. Colheram o depoimento da empregada que disse não saber de nada, pois
havia passado a noite fora.
Após realizarem perícia removeram o corpo e entraram em
contato com seus sobrinhos. Primeiro procuraram Adolfo que era comerciante e
apesar de não se mostrar muito triste com a notícia disse não via sua tia desde
o Ano Novo, logo em seguida falaram com Carmem que se mostrou muito abalada com
a morte de Dona Elvira, não entendeu o que havia acontecido, pois por volta das
20:00 hs da noite havia estado na mansão para entregar um par de brincos de
esmeraldas que havia pego emprestado para usar numa formatura e percebeu que
sua tia estava muito bem naquele momento e perguntou aos policiais qual era o
horário da morte e estes disseram-lhe que esperariam a autópsia para confirmar.
Também colheram o depoimento do segurança que estava na portaria da mansão
naquela noite e este confirmou que por volta das 19:15 a empregada saiu e ás
20:00 hs Carmem chegou e que não demorou muito lá dentro e mais ou menos 20:20
saiu. E que após esse horário ninguém mais entrou ou saiu da casa até a manhã
seguinte quando a empregada chegou para trabalhar.
No dia seguinte no velório de Dona Elvira estavam presentes
apenas algumas pessoas e o gato preto estava inquieto como se estivesse
sentindo falta de sua dona. Os policias olhavam para todos e imaginavam que o
assassino estaria ali, pois devia ser alguém próximo para saber que a Senhora
estaria sozinha naquela noite. Mas algumas perguntas permaneciam sem respostas:
Como alguém entrou sem ser visto na portaria? Porque Adolfo teve uma reação tão
fria ao saber da morte de sua tia? Carmem havia estado na casa apenas para
entregar os brincos? Vinte minutos era tempo suficiente para matar uma senhora
indefesa. Ao que tudo indicava o gato Sansão era a única testemunha desse
crime.
Após o resultado da autópsia constataram que ela havia
morrido ás 21:08 hs aproximadamente, e nesse horário eles não tinham a mínima
idéia de quem estaria na mansão com ela. Hipóteses surgiram: Teria sido o
porteiro? Carmem poderia ter levado o assassino dentro de seu carro e tê-lo
deixado dentro da casa para cometer o homicídio? A empregada teria voltado? E
Adolfo onde estava nesse horário? Procuraram todos os suspeitos e os
interrogaram formalmente desta vez e todos apresentaram álibis que foram
confirmados por outras pessoas. Carmem estava chegando em casa ás 21:00 hs e
seu marido confirmou, a câmera de vigilância confirmou que o porteiro estava em
seu posto no horário do assassinato, A empregada jogava baralho com uma amiga e
Adolfo ainda estava em seu comercio e seus funcionários confirmaram.
Sem nenhuma digital e ótimos álibis tornavam sem solução
esse assassinato, alguém estava mentindo, mas quem seria? Começaram a pensar em
quem teria motivo para cometer tal brutalidade contra Dona Elvira? Os únicos
beneficiários em seu testamento eram seus sobrinhos. Seria algum deles?
No dia da leitura do testamento Carmem foi até o quarto de
Elvira buscar a caixa de jóias que lhe coube dentre outros bens após a leitura
do testamento e não os encontrou. Comunicou aos policias que havia sumido todas
as jóias valiosíssimas de sua tia, inclusive o brinco de esmeraldas. Realmente
estava muito estranho esse crime, alguém havia entrado para roubar e acabou
matando a pobre senhora.
Os policiais decidiram reunir todos os 4 suspeitos na sala
da mansão e disseram já saber de quem se tratava para ver se alguém cometia um
deslize mas nenhum deles se mostrou preocupado. Enquanto isso o gato Sansão
apareceu com um dos brincos de esmeralda na boca e todos pararam de falar ao
perceber que as jóias ainda estavam na casa. Algum tempo depois o gato sai
novamente e os policiais vão atrás até que ele entra no quarto da empregada e
se esconde embaixo da cama e ao levantarem o lençol para vê-lo encontram a caixa
de jóias lá em baixo.
A assassina era a empregada, mas porque ela cometeria aquele
crime? Apenas por ambição? A moça
confessou o crime e disse ter matado Dona Elvira porque ela descobriu seus
furtos e a única solução para não ir para a cadeia foi eliminar sua patroa e
roubar as jóias para poder recomeçar sua vida em outro lugar. Contou que saiu
da casa e pulou o muro novamente entrou pelos fundos e eliminou sua visita
diante do gato, pediu a amiga para confirmar que jogavam baralho neste horário,
mas nunca imaginou que aquele animal pudesse condená-la.
Sansão foi levado por Carmem que cuidou com todo o carinho
deste gato que mesmo sem falar o que havia acontecido conseguiu fazer justiça
revelando o assassino de sua amada Dona.
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Eu tinha certeza que o assassino era o Adolfo, surpreendente esta história e achei linda a fidelidade do gatinho.
ResponderExcluirADOREI!!!!!
Escrever histórias de suspense não é fácil e você me surpreendeu com essa.
ResponderExcluirMuito da hora, nos deixa curiosos até o fim.
Parabéns, vc tem muito talento para escrever.
Percebi que aqui só tem 1 história de suspense por mês, poderia escrever mais...
história legal, mas prefiro suas histórias de devaneios do que de suspense.
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